terça-feira, 1 de julho de 2008

ESTRELA CADENTE
Em 27-11/1963


Ontem, no azul infinito do céu, um risco de prata percorreu a amplidão! Era uma estrela cadente, tímida e fria que buscou refúgio dentro do espaço imenso. Foram segundos de esplendor!
Olhando-a, na sua correria doida na celeste abóbada, senti que minh’alma é como as estrelas cadentes, tímidas e frias, que percorrem o espaço em busca de calor e de afeto.
Eu sei que minh’alma, pálida e poética, um dia encontrará o seu lugar na amplidão dos cosmos. Quantas vezes, oh! Martírio cruel fico esperando os beijos de amor de tua boca morena, os afagos de tuas mãos de santa, os murmúrios de teus lábios de virgem! As estrelas correm pelo infinito e minh’alma vagueia pelos bosques da vida!
Ontem, quando aquele risco de prata passou pelo céu, quando aquela fuga de estrela iluminou a amplidão, meus olhos que te buscavam incessantemente viram-te vestida de branco, buscando os pés do altar, para o final, o grande final do nosso sonho de amor!
Senti desejos de apanhar migalhas de luz da estrela cadente! Senti ânsias de apanhar a trilha iluminada do céu para colocar aos teus pés numa epopéia de devoção e de humildade.
És para mim, oh! Querida, um ser divino!
És como as estrelas de luz, como o perfume da flor, a beleza do arco-íris, a singeleza da pluma.
Eu sou teu enamorado, escravo dos teus olhos, servo dos teus lábios pequeninos, aveludados, provocantes.
Um dia, oh! Quanto espero, as luzes das estrelas brilharão sobre os teus cabelos morenos, encontrando abrigo em minh’alma poética que aguarda tristonha e com imensa ansiedade, porque todas as luzes haverão de coroar o nosso sonho de amor, porque somos pela eternidade afora dois seres que se amam, perdidamente, com toda a sinceridade do coração...

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