O PAI...
O FILHO...
A POESIA!
Pai! A poesia é do homem a chama
Que acende luzes onde a escuridão campeia!
Ela é o archote que ilumina o mundo,
É a liberdade que ninguém cerceia!
Pai! A poesia é do homem o dote
Que quebra elos de qualquer cadeia!
Ela é a cruz que afugenta algozes,
É o fogo santo que a amor ateia!
Pai! A poesia já não mais precisa
Rimar seus versos para falar de paz!
Se quebra a rima a poesia é forte
Para falar teu nome: O teu nome, Pai!
Pai! A poesia é o sentimento nato
Que o dinheiro não violentou!
É andorinha que nos beirais da porta
Faz o seu ninho que é um lar de amor!
Pai! A poesia não suporta jugos
Pois é o néctar que o ideal consome!
Mas, chega humilde e de humildade santa
Lhe pede vênia para escrever teu nome!
Pai! A poesia vem lhe pedir licença,
Vem tão medrosa lhe chamar: SENHOR!
Ela que nunca se curvou ao mundo
Ajoelhada aos teus pés prostou!
Pai! A poesia reconhece o forte
Que fez da vida o ideal de amar!
E é por isso que ela vem agora
Beijar tua face e te acariciar!
Pai A poesia é de Deus a fada
Que espalha o bem sem escolher Nação!
Por ser de Deus, é a própria vida,
E por ser vida, teve criação!
E é por isso que ela chega humilde
Pois ela é a vida que você criou.
Ela é seu filho que nos versos rima
O amor da vida que você gerou!
Ela é a vida que você um dia
Pediu a Deus pra mamãe gerar!
Ela é o amor de cabelos brancos
Que estamos agora a comemorar!
Pai! A poesia já perdeu as asas,
É ave mansa que retorna ao ninho!
Ela é seu filho que lhe pede a bênção,
Pede o seu beijo e o seu carinho!
Pai! A poesia que voou tão alto,
Volta à terra e nos seus braços cai!
Quer recordar de um passado o tempo
Que balbuciava o teu nome: PAI!
Que andava trôpega sem recear a queda
Pois nos teus braços tinha proteção.
Se ela caísse tu sentias tanto
E a poesia não sentia, não!
Pai! A poesia que não teme o mundo,
Treme de frio e já quer chorar!
Não encontra verso pra dizer teu nome
Não encontra rima pra te confessar!
Te confessar que a alegria é tanta
Ver uma família reunida em paz!
De ter por mãe uma mulher tão santa
De ter nascido de você, oh! Pai!
Pede licença para sair da sala,
Sair correndo pra ninguém notar!
A poesia que não teme o mundo,
Fecha seus versos, pois já quer chorar!
Pede desculpas por não ser tão forte,
Ela que pensava ser a fortaleza!
Hoje ela sabe que o mais forte rei
Ante você perde a realeza!
Pai! A poesia que você um dia
Pediu a Deus para mamãe gerar,
Pede licença para beijar teu rosto
E no teu colo se agasalhar!
Bodas de Ouro de
Aparício e Hilda
Em 18-07-1981
(Para os meus irmãos. Relembrar momentos tão felizez!)
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